Mensagem de Tiaguinho jogador da Chapecoense!
Não sabemos o dia da partida, mas quando o dia chega não estamos preparados e o que vem na cabeça é o que eu deixei de fazer, ou melhor, se eu voltar vou fazer diferente.
Quando entrei naquele voo e me acomodei na poltrona algo dentro de mim me dizia que não voltaríamos para casa, era uma intuição, uma certeza, mas procurei não dar muito crédito para aquele pensamento. Pensei em Deus e que ele guiasse aquele avião e que nos protegesse, porque eu queria voltar para casa, para minha esposa e meu filhinho lindo, que estava vindo. Não conseguia pensar em outra coisa e não queria demonstrar para os outros esse medo que eu estava sentindo, procurei ficar tranquilo, mas estava muito difícil. Aconteceu tudo muito rápido, eu só lembro que meu corpo começou com uma sensação que eu estava congelando e que eu desprendia de alguma coisa pesada, algo muito pesado e gelado. Começou pelos meus pés aquela sensação e foi subindo rapidamente e eu não conseguia me mexer, mas me senti leve, deixando algo pesado, mas isso foi muito rápido, num piscar de olhos. Uma moça envolta em luz me estendeu a mão e me puxou e eu me senti tão leve que parecia uma pena, foi a sensação que tive. Aquela moça não falou nada, só me deu a mão e ficou comigo enquanto o avião caía. Quando me dei por conta era desesperador o que estava vendo, e não estava entendendo nada, pois meu corpo estava se mexendo e eu não estava mais lá e daqui a pouco nem encontrei mais meu corpo, só via meus amigos espedaçados, fiquei desesperado, achei que estava sonhando e ao mesmo tempo que estava vivo olhando tudo aquilo sem poder fazer nada por ninguém. Quando vi que algumas pessoas estavam saindo e subindo para o céu e outras foram acolhidas por uma luz que fazia levitar e levaram meus amigos e colegas para algum lugar que não sei para onde, pois não encontrei ninguém ainda. Aí percebi que tinha pessoas que pediam socorro e eu tentava ajudar, mas ninguém ouvia. depois de algum tempo apareceu os socorristas e os amigos que pediam ajuda tinha junto de cada um, uma "Santa" num manto azul que pedia:"calma que a ajuda virá". E tinha anjos também, mas eram muito pequenos e diferentes do que costumamos ver em fotos ou figuras. Minha amiga não falava, mas me senti protegido. Depois de algum tempo, demorei a entender e aceitar que eu também estava morto junto com todos aqueles que eu vi sendo levados pela luz e não entendia porque só eu fiquei ali e a luz não me levou . Fui perto dos socorristas e aquelas "Santas" me passavam um carinho e uma sensação que não consigo descrever, enquanto os socorristas estavam ajudando os sobreviventes minha amiga falou, me disse que se chamava Laura e que ela me protegia desde o dia que eu nasci, até falei para ela, proteger do que se estou morto? E ela me disse que minha hora tinha chegado e que antes de eu ir com os Anjos Socorristas de Luz eu e ela tínhamos uma missão e não poderíamos falhar e ficamos ali parados e quando eu queria ficar revoltado aquelas "Santas" me acalmavam e depois que os socorristas estavam saindo fui caminhar pelo lugar, mas eu não encostava os pés no chão, me sentia muito estranho, mas em um determinado lugar eu vi o Neto e chamei minha amiga Laura e os socorristas não levaram ele e ele estava vivo, então nós dois colamos num dos socorristas e gritamos para ele e ele não ouvia, aí ela me pediu calma e que era para nós rezar e pedir a Deus luz e sabedoria para que aquele moço escutasse sua intuição e assim fizemos e graças a Deus deu tudo certo, ele ouviu e foi procurar e achou Neto. Essa foi minha missão, ainda estou buscando entender o porquê de eu estar aqui, Laura me disse que foi minha escolha vir para cá jovem ainda. Laura me disse que minhas lembranças vão voltar aos poucos para evitar sofrimento.
Família, estou bem, buscando respostas, onde estou, estou sendo bem cuidado, em um lugar chamado Estrela D'alva, é uma vila que o formato é em forma de estrela e é muito maravilhoso o lugar, até futebol tem(risos). Fiquem com Deus e acreditem que temos cada um uma missão. Quero dizer que não senti nenhuma dor porque foi tudo tão rápido e o que senti foi algo gelando para eu poder sair do corpo. Com carinho, Tiaguinho. vou indo até mais.
Mensagem recebida dia 24/01/2017
ELISETE RIGOL
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