quinta-feira, 12 de julho de 2012

A SERPENTE E O SÁBIO


A SERPENTE E O SÁBIO

Chico Xavier / André Luiz

Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo.

Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto.

Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo.

A serpente o atacou, desrespeitosa.

Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou: - Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém.

A víbora recolheu-se, envergonhada.

Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente.

Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes.

Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela.

Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas.

A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada.

Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la.

Espantou-se, observando tamanha ruína.

A serpente contou-lhe, então, a história amargurada.

Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas perseguiam-na.

O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:
- Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte.

Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus.

Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor.

Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos.

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