sábado, 27 de outubro de 2012


PARTE 4 – Brevíssimo enquadramento histórico

 
A casa da família Fox em Hydesville, berço do Modern Spiritualism
 
Em meados do século XIX, as «mesas girantes» estavam na moda, e a maior parte das pessoas que tinham conhecimento desse fenómeno tomavam-no apenas como passatempo, sem cogitarem do motivo pelo qual elas se mexiam, estalavam, giravam, e «davam respostas» às perguntas dos convivas, através de um alfabeto de pancadas (uma batida para A, duas para B, etc.).
Outras pessoas ficaram intrigadas por esse e outros fenómenos e lançaram-se a investigar as suas verdadeiras causas. Ficaram famosos na época os acontecimentos deHydesville, nos Estados Unidos, quando uma pacata família protestante passou a ter regularmente as suas noites atormentadas por misteriosas pancadas nas paredes e no tecto da casa de madeira em que viviam.

Esses acontecimentos, protagonizados pela família Fox, inauguraram na América do Norte um novo movimento, que teve o apoio e adesão de correntes cristãs estabelecidas, a oposição e perseguição de outras, e tomou o nome de Modern Spiritualism, Espiritualismo Moderno, ou Novo Espiritualismo. Já temos falado das Irmãs Fox e do Modern Spiritualism aqui no blogue, e há vasta documentação acerca do tema.

Mas quem vai à procura apenas do que corrobore a sua (des)crença, brandirá sempre os argumentos contra, que geralmente não passam do seguinte raciocínio:

«Se é possível fraudar um fenómeno, então todos os fenómenos semelhantes são fraude».

 É um raciocínio que não prima pela lógica, e que não pode (ou não deveria) ser emitido por uma mente científica. Mas como os cientistas não são imunes a preconceitos, os cientistas preconceituosos que acederam a estudar fenómenos como o das mesas girantes ou o da tiptologia (as pancadas sem origem aparente), já levavam a conclusão estabelecida. Não foram estudar fenómenos. Foram procurar maneira de lhes negar a veracidade.

O cientista Faraday foi dos que na altura se propuseram «desmascarar a farsa das mesas girantes». As experiências foram inconclusivas. Faraday concebeu uns discos de papel, que cobriu de pó de talco e colocou em cima de uma mesa, mandou os colaboradores colocarem as mãos sobre os mesmos, e como nada aconteceu, concluiu que se sem pó de talco a mesa não mexe, é porque quando mexe é porque adere às mãos! Foi isto, com mais uns quantos floreados académicos.

Inútil salientar o absurdo desta «experiência», mas para os cépticos pirrónicos, a «farsa das mesas girantes» ficou definitivamente «desmascarada». O facto de cientistas imparciais terem confirmado a veracidade dos fenómenos paranormais emergentes na época, aos cépticos não interessa… E muitos desses cientistas até eram radicalmente contra a crença na imortalidade da alma e consequentemente da comunicabilidade dos Espíritos. Só que mudaram de ideias após o estudo sério.

Entre eles contam-se nomes como os de Ernesto Bozzano, Cesare Lombroso, Coronel de Rochas, Sir Oliver Lodge, Sir William Crookes (Nobel da Química), Charles Richet (Nobel da Medicina), Gabriel Delanne, e muitos outros.

Muitos dirão que isso era dantes, e que hoje já não vale. Curiosamente, a opinião de Faraday continua a ser boa. Só a dos cientistas «maus» é que caducou... E além do mais, nos nossos dias a investigação continua, com resultados que vão corroborando a veracidade do fenómeno mediúnico.

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